Uma mulher feriu três pessoas a tiros na terça-feira, uma delas gravemente, na sede do YouTube na Califórnia, antes de aparentemente cometer suicídio.
A atiradora foi identificada como Nasim Najafi Aghdam, de 39 anos e moradora de San Diego, segundo um comunicado da polícia de San Bruno.
"Neste momento não há evidência de que atiradora conhecesse as vítimas nem que estivesse alguém concreto em sua mira", afirma o texto.
A imprensa local informou que Aghdam era uma produtora de conteúdo vegano, que já havia expressado sua raiva contra a empresa por supostamente ter censurado seus vídeos.
"Não há liberdade de expressão no mundo real e você será impedido de dizer a verdade se não tem o apoio do sistema", escreveu em um site, segundo o jornal San Francisco Chronicle.
"Não há oportunidade de crescer no YouTube ou em qualquer outro sitio para compartilhar vídeos", completou.
A polícia não acredita em outros suspeitos além de Aghdam, que provocou cenas de caos ao abrir fogo na tarde de terça-feira no gigantesco campus da empresa que pertence ao Google.
O chefe de polícia de San Bruno, Ed Barberini, afirmou acreditar que Aghdam foi encontrada morta com um "tiro autoinfligido".
Os três feridos pelos tiros foram levados para o hospital, ao lado de outra pessoa que sofreu uma lesão no tornozelo.
Ataques a tiros perpetrados por mulheres são extremamente raros nos Estados Unidos, onde a vasta maioria dos atos de violência com armas de fogo é executada por homens.
De acordo com um estudo do FBI que analisou 160 incidentes envolvendo um ou mais atiradores em locais públicos entre 2000 e 2013, apenas seis das pessoas que abriram fogo eram mulheres - 3,8% do total.
A polícia lacrou o prédio para investigar o tiroteio.
- Fuga caótica -
Funcionários descreveram cenas de caos enquanto tentavam escapar da sede do YouTube perto de San Francisco. Um deles disse ter visto sangue pelo chão enquanto fugia.
"Estávamos em uma reunião e ouvimos pessoas correndo porque estava ressoando no chão. O primeiro pensamento foi que era um terremoto", tuitou o funcionário Todd Sherman.
Ele disse que enquanto se encaminhava para a saída, "alguém disse que tinha alguém com uma arma". "Neste momento, qualquer nova pessoa que eu via era um atirador em potencial".
Os tuítes de Sherman continuaram: "Eu olhei para baixo e vi gotas de sangue no chão e nas escadas. Procurei ameaças, e então descemos as escadas e saímos";
Testemunhas relataram a presença de helicópteros e policiais da equipe de choque SWAT no local.
O presidente Donald Trump escreveu no Twitter que seus "pensamentos e orações" - palavras sempre usadas após um tiroteio e alvo de críticas recentemente - estavam com os envolvidos.
"Sei que muitos de vocês estão em choque", escreveu o CEO do Google, Sundar Pichai, que agradeceu aos funcionários pela ajuda durante o episódio violento e prometeu ajudar a todos após a tragédia.
Já a Google tuitou que estava "coordenando com autoridades e hospitais" e que sua "equipe de segurança trabalhou de perto com as autoridades para evacuar o edifício e garantir a segurança dos funcionários".
Os escritórios do YouTube ficam a 50 km do campus principal da Google, em Mountain View.
O tiroteio acontece em meio a um debate intenso sobre a necessidade de ampliar o controle do porte de armas nos Estados Unidos.
Estima-se que 1,5 milhão de pessoas participaram de manifestações em todo o país em 24 de março pedindo normas mais rigorosas em relação às armas de fogo, após um ataque a tiros em uma escola em Parkland, na Flórida, em fevereiro.
"Não podemos aceitar que tiroteios em trabalhos, escolas, igrejas, cinemas ou em qualquer outro lado sejam a norma e não podemos aceitar que 96 pessoas morram pela violência com armas a cada dia no nosso país. Os representantes eleitos precisam fazer mais para prevenir esses atos sem sentido", indicou em um comunicado a seção da Califórnia do movimento "Moms Demand Action for Gun Sense in America".
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